Fomos com Luciana Abreu a uma aula de pole dance: «Dançar não é pecado»

Luciana Abreu esteve à conversa com a Maria, depois de assistirmos a uma aula de pole dance, modalidade que pratica para se preparar para a sua personagem na novela da SIC Terra Brava.

O que nos pode adiantar sobre a Tina?
Ela trabalha no único bar que há na vila, onde as bailarinas fazem festas temáticas e a Tina faz algumas danças de pole dance adaptado ao bar (um estilo Coyote Bar). Também é uma desafiadora das beatas (n.r.: fiéis da Igreja), uma vez que luta pelos direitos das bailarinas. Pois, para ela, dançar não é pecado.

É mais difícil do que esperava?
É uma aprendizagem constante. É preciso muita força abdominal e de braços, para alguns exercícios mais específicos. E como só consigo ter aulas uma vez por semana (algumas semanas nem consigo), nessas aulas tenho de me esforçar ao máximo.

Sabemos que se está a preparar para esta personagem no Estúdio F. Como foi a primeira aula?
Cheguei à primeira aula a pensar que não ia conseguir fazer nada. Quando saí de lá, já conseguia fazer várias coisas que normalmente não se conseguem tão cedo, graças à Francisca Leitão, a minha professora, que é um ótimo ser humano e uma profissional de excelência, com uma paciência de santa.

Como tem sido, no geral, esta experiência?
Sempre dancei. Venci programas como o Dança Comigo, entre outros. A dança sempre fez parte de mim e dos meus shows e é algo libertador, que eu adoro fazer.

Esta é uma modalidade que puxa muito pelo corpo. Já sente diferenças na silhueta?
Noto algumas partes do corpo mais tonificadas, mas como faço ginásio não é nada que note muito.

Tem ficado com marcas físicas?
Algumas nódoas negras e bolhas nos pés.

Tendo em conta que estes treinos são duros, de que forma se prepara?
Eu sempre fui ao ginásio, no Estoril Wellness Center, duas ou três vezes por semana, o que me ajuda a ganhar a agilidade e a força necessárias.

E a nível alimentar? Há uma maior aposta para aguentar os treinos?
Nunca fiz dietas! Obviamente, que tenho cuidado com o que como. Equilibro a minha alimentação, mas não faço dietas nem me privo constantemente daquilo que me apetece.

Depois de treinos, de estar a gravar, de trabalhar na música, como é que ainda tem energia para tratar das suas filhas?
Não é difícil quando há uma boa gestão do tempo. Tenho pessoas que me ajudam nisso: quer na gestão da minha carreira, quer na gestão da logística da minha casa. Quando estou no papel de mãe, o papel da minha vida, sou mãe a 100 por cento. Esqueço o telefone e tudo o resto que possa fazer interferência nos momentos que estou com elas. Quando estou a trabalhar, estou 100 por cento concentrada porque sei que todas estão bem e absolutamente seguras. Sendo que nos intervalos mantenho-me sempre informada sobre as quatro.

Como tem sido o regresso às novelas?
Como sempre, em todos os projetos que me envolvo, faço sempre o melhor que sei e esforço-me por aprender coisas novas que me ajudem a evoluir. Neste momento, estou a apostar na minha formação: aulas de representação e aulas de pole dance.

Qual maior diferença entre esta nova personagem e outras, que tão bem conhecemos?
Todas são diferentes e cada uma tem o seu carisma e a sua personalidade, caso contrário não seria
atriz. Esta Tina está a ser especial, pois permite-me conciliar a representação com a dança.

Como tem vivido os último tempos, em que tem a seu cargo quatro filhas para criar e educar sozinha?
Não é só nos últimos tempos que tenho quatro filhas a cargo. Não educo nem crio as minhas filhas sozinha. Tenho uma família maravilhosa que me/nos apoia incondicionalmente e são o nosso suporte. As minhas filhas estão rodeadas de pessoa de valores, instruídas, educadas. As minhas filhas só seguem os exemplos que veem.

Apesar de saber que é uma mulher forte e que não se deixa abater por qualquer comentário, como é que se vive constantemente na linha da frente das notícias e nem sempre de forma abonatória?
Em primeiro lugar, não posso considerar que essas matérias sejam notícias! São apenas factos criados ou inventados por quem pensa saber a verdade ou por quem, simplesmente, confabula histórias para ganhar uns tostões. Para mim, basta a minha consciência estar tranquila.

Quais as suas armas para sobreviver a tanta polémica?
Não preciso de armas. Basta deitar- me todos os dias na minha cama e dormir tranquila por não fazer ou desejar mal a ninguém.

Sente-se mais amada ou odiada pelo público?
Nunca me senti odiada pelo público. Quer em Portugal, quer no estrangeiro, recebo sempre um mar de amor e carinho.

Como se vê daqui a dez anos, em que as suas filhas já estarão mais crescidas?
Feliz e realizada, tal como sou hoje em dia.

Gostava que as suas filhas seguissem os seus passos no mundo artístico?
Todas elas têm o seu talento, até mesmo as gémeas. Não irei incentivar a que nenhuma das minhas filhas sejam o que quer que seja. Sou uma mãe exigente, mas não sou autoritária, por isso, as minhas filhas serão exatamente o que quiserem ser.

O que é que ainda lhe falta fazer?
Há sempre muitos sonhos e objetivos profissionais pelos quais luto. Seja em Portugal ou no estrangeiro, tenho sentido cada vez mais a minha carreira musical a crescer. Este ano, fiz Portugal e Brasil de Norte a Sul em concertos. Ainda passei duas vezes na Suíça e uma vez no Reino Unido, e o ano ainda não terminou. Fui muito amada e acarinhada em todos os locais/palcos que pisei.