Nacional

Graciano Dias não era para ser o protagonista de Amar Demais. Ator foi recusado no primeiro casting

25 Outubro, 2020

Graciano Dias viu-se obrigado a separar‑se da namorada e do filho para desempenhar, da melhor forma, o seu primeiro papel como protagonista de uma novela.

Depois de interpretar várias personagens na ficção nacional, Graciano Dias chegou finalmente ao maior desafio da sua carreira profissional, ao ser protagonista da novela da TVI, Amar Demais.

O ator não esconde o orgulho que é representar a personagem Zeca, mas, para o conseguir, teve de trabalhar bastante, pois foi por pouco que não perdeu este papel:

«Quando fiz o casting pela primeira vez não fiquei. Nessa mesma noite, liguei e pedi para repetir o casting, que fiz ao fim de uma semana, e fiquei. Foi uma conquista, pois era algo que queria. Senti que com um bocadinho mais de tempo conseguia ir mais longe. A cena era bastante difícil e às vezes precisamos que o texto fique a marinar na cabeça», confessa à Maria.

Ao caracterizar a sua personagem como “um homem justo, honesto, meigo, com uma capacidade de sofrimento muito
grande, mas que esse sofrimento não o transformou numa pessoa sombria, mas sim cheio de luz e alegria”, Graciano acaba por revelar, entre sorrisos, que o “seu” Zeca é, afinal, de contas “o sonho de qualquer mulher.

Além disso, para interpretar um homem que aceitou ser preso 15 anos por um crime que não cometeu, Graciano conta que teve de testar-se a si próprio: «Fechei-me um dia dentro de um quarto e escrevi o que senti, o que poderia um homem sentir quando está preso», refere.

Sozinho durante a semana

Mas se as gravações da novela começaram em janeiro, elas chegaram a ser interrompidas devido à pandemia de COVID-19. «Esta nova realidade foi terrível, mas temos de superar as dificuldades e adaptar-nos às circunstâncias.»

A par do trabalho, Graciano Dias vive também um grande papel da sua vida para lá das câmaras. A 30 de junho foi pai pela primeira vez e aí foi necessário um esforço maior.

«Infelizmente, no primeiro mês, com as dificuldades em dormir e o volume de trabalho, tivemos de decidir que a Deolinda (companheira e mãe de Gabriel) e o bebé fossem para a Nazaré, para eu poder trabalhar durante a semana», revela Graciano, acrescentando ainda: «Assim, estou sozinho durante a semana, e ao fim de semana vou ter com eles. Foi uma decisão que custou muito, mas era essencial, porque não conseguimos fazer tudo ao mesmo tempo. Pensava que conseguia ir trabalhar até às duas de manhã e voltar fresco, mas era impossível. O cansaço começou a acumular», desabafa.

Mas, para o ator, todo este esforço acaba por compensar, pois quando questionado sobre o que já fez por amor, não hesita em afirmar: «Tudo o que faço é por amor.»

«As mulheres são deusas»

O ator afirmou que este papel despertou ainda mais a sua sensibilidade para a força das mulheres, sobretudo após assistir ao parto do seu filho. Graciano viu a companheira enfrentar um momento particularmente duro, o que fez com que assumisse os cuidados do filho, até que a mulher se sentisse recuperada.

«Mudo fraldas desde o primeiro dia. Foi um parto difícil. Ficámos no hospital uma semana e eu não pude sair por
causa da COVID-19. Assisti a tudo, ela ainda não tinha força, e eu agarrei essa força dela. Já dava valor às mulheres e as mulheres, neste momento, são deusas para mim. Ver o que ela sofreu, de mãos dadas às minhas… Mudei as fraldas, dei-lhe banho, as coisas que não sabia, aprendi-as logo. Agarrei nele e disse‑lhe: ‘Agora vou tomar conta de ti’», rematou.

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Texto: Mário Rui Santos

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