Inês Herédia dá tudo pela sua Nelinha e fica sem energia: "Caio na cama que nem uma pedra"

A dar vida a Nelinha em Festa é Festa, da TVI, Inês Herédia confessa o gozo que lhe dá fazer esta personagem cómica, apesar de lhe tirar muita energia, que se reflete quando chega a casa para cuidar dos filhos. A atriz fala da transição da personagem densa de Isabela, que interpretou em Quer o Destino, para uma mais leve neste novo projeto de ficção.

O que nos pode dizer acerca da sua personagem?
Para mim, a melhor definição da Nelinha é a de alguém que está sempre em casting. Ela tem, ou acredita que tem, mais talento do que qualquer pessoa neste País e que é só uma questão de tempo até a descobrirem. Portanto, vive na aldeia, acha que eles são todos uns pacóvios, que ela é uma visionária, mas gosta deles. Vai ser uma Cristina Ferreira da vida. Ela acha mesmo que vai ser incrível, aliás, as referências dela são do mundo da televisão. A Cristina Ferreira, a Rita Pereira, a Kelly Bailey… Se tem talento, ou não, para ela, é uma coisa que não interessa muito. É uma pessoa cheia de ideias, mas daquelas pessoas em que as ideias se encavalitam umas nas outras…

Como estão a correr as gravações?
Acho que estão a correr bem. Nós, atores, gostamos de ter o mínimo de cenas possível, no início, porque estamos mesmo a testar. Se tivermos muitas cenas, no primeiro dia, já estamos a comprometer muitos episódios, que foi o meu caso.

É um desafio aliciante?
Sou mais de fazer drama do que comédia, mas a Nelinha está a dar-me uma coisa nova que adoro, que é o improviso. Por isso, é mesmo muito divertido.

Gémeos diferentes

No que se inspirou para construir esta personagem?
Não é uma coisa consciente, mas acabo, sempre, por ir buscar pormenores a algumas pessoas. A Nelinha é a conjugação de duas pessoas, com muitos ingredientes misturados. Ela deixa-me muito cansada, ao final do dia, apesar de eu ser uma pessoa com energia. Mas está a dar-me muito gozo!

O que tem a Nelinha da Inês?
Ela faz as coisas com ar sério, aquilo que eu faço a brincar. Ela é, em si, histérica e há uma parte do meu sentido de humor que eu uso como sentido de humor e que ela usa a sério. Eu uso aquilo a brincar, aliás, já há muito texto que não está escrito.

Como está a ser trabalhar com este elenco?
É muito pequeno e vive na claustrofobia daquela aldeia. Trabalho muito com o José Carlos Pereira, a Ana Guiomar, o Pedro Teixeira, o Manuel Melo, a Marta Gil… Como estou no consultório, acabo por me cruzar com todos. Andava louca para trabalhar com a Sílvia Rizzo e a Ana Brito e Cunha, porque elas são muito cómicas.

É fácil fazer a gestão profissional e familiar com dois filhos?
Mudar o chip nunca foi um problema para mim. Na personagem da Isabela também saía exausta a nível emocional. Aqui é mais a nível físico. A partir do momento em que se é mãe, às vezes pensa-se onde vamos buscar energia, mas o certo é que a tenho. Mas claro que, quando chega à noite, caio na cama que nem uma pedra.

Quem é o mais parecido com a Inês?
Eles são completamente diferentes, mas o Luís é o mais mimado e o que precisa de mais atenção, tal como eu. Já o Tomás é mais despachado e resolvido e tem mais a ver com a Gabi nesse aspeto.

Inês Herédia: “Estão felizes da vida”

A atriz explica os motivos por que este segundo confinamento custou mais do que o anterior. “No primeiro, estivemos as duas em casa, sozinhas, com os miúdos [a atriz é casada com Gabriela Sobral e têm dois filhos gémeos]. Foi muito mais fácil, em termos de gestão familiar. Já o segundo foi muito complicado. Nós saíamos para trabalhar e parecia que, dentro da nossa rotina, a vida estava muito normal, de acordo com o que foi o último ano, mas eles estavam fechados em casa. Agora, que voltaram à escola, estão felizes da vida.”