Manuel Luís Goucha faz televisão há 40 anos, 30 deles a fazer programas diários. Nos últimos tempos, depois de ter deixado as manhãs da TVI, tem sido possível vê-lo em vários registos, exemplo de Big Brother, Uma Canção para Ti, no Conta-me ou no formato que apresenta diariamente com o seu nome nas tardes do canal de Queluz de Baixo.
“A fazer tudo e mais alguma coisa, e era eu que queria trabalhar menos”, começa por dizer à nossa revista, entre risos, adiantando que, como já referiu por diversas vezes, gostava de ter mais tempo para si. “Nunca falei de reforma, porque eu sou patrão de mim próprio e reformo-me quando eu quiser, nos termos em que eu quiser. O que disse foi que gostava muito de abrandar o ritmo do diário”, esclarece, adiantando que, a três meses de renovar contrato com a estação, ainda nada está fechado: “Ainda não assinei contrato. Não estou minimamente preocupado, estamos em setembro, mas sou eu que vou decidir o meu futuro, não é Deus, porque não acredito Nele”.
“Estes últimos dois anos têm sido muito prazerosos”
No entanto, este período de calmaria que tanto desejava não se avizinha nos próximos tempos, uma vez que o apresentador fará parte da estratégia de José Eduardo Moniz para derrotar a liderança da SIC. O Goucha “está a resultar muito bem, com ótimos resultados. Estou a viver das fases mais interessantes da minha vida”, diz, visivelmente orgulhoso, explicando que este é o programa certo nesta fase da sua vida. “Adoro! Sempre defendi conversas com tempo, um luxo em televisão, e isso só residia no Conta-me. Neste momento, sinto-me a fazer esse formato diariamente”, afirma. “Claro que estou bem preparado para todas as conversas, mas depois obedece muito ao andamento do entrevistado e esse é um exercício interessante: Sentar-me com tempo a conhecer outra pessoa. Muitas já as conheço, atores, cantores, mas depois há muitos anónimos com histórias interessantes. Estes últimos dois anos têm sido muito prazerosos nesse sentido.”
Manuel Luís Goucha conta que os seus dias voam. A manhã é ocupada na preparação das entrevistas e à tarde conduz, em direto, o vespertino da TVI. “Quando chego a casa, apetece-me brincar um bocado com os cães, nadar, sento-me a ver as notícias e o dia acabou. As semanas correm e tenho noção de que há mais vida para além da televisão.” Contudo, sabe que no dia em que conseguir abrandar o ritmo não irá parar, pois tem vários projetos em mente. “Um livro com as receitas do Rui [seu marido], o meu livro, que está no começo, com as histórias sobre 40 anos na televisão, um Instagram para alimentar, se eu quiser, e planos para fazer produções minhas. Essencialmente, também quero gozar o monte no Alentejo, que tenho há cinco anos e que vou lá de 15 em 15 dias, quando vou. Há muita coisa para fazer”, remata.
Texto: Carla S. Rodrigues; Fotos: Nuno Moreira
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