Nacional

Maria Botelho Moniz recorda morte do namorado e fala do sonho que ficou por realizar

19 Janeiro, 2019

Maria sempre sonhou em ser mãe e, no momento em que perdeu o namorado, viu o sonho ser destruido uma vez que queria que Salvador fosse o pai dos seus filhos.

O Alta Definição, apresentado por Daniel Oliveira, recebeu este  sábado, 19 de janeiro, Maria Botelho Moniz. Entre os vários assuntos abordados, falou sobre a infância,  a temporada que viveu nos Estados Unidos e, em especial, da morte do namorado, Salvador, com quem namorou desde os 20 anos, e por último, da morte do pai.

Ao recordar a morte do namorado, ocorrida há cinco anos, em 2014, Maria Botelho Moniz revela que o processo de luto «foi mais solitário» uma vez que tinha de «resolver» o significado que a morte deste tinha na sua vida.

 

A notícia da morte do namorado

Maria Botelho Moniz revela como foi quando foi informada que o namorado tinha morrido. Esta conta que estava em casa sozinha e que sentiu que este ainda não estava na cama. Ligou-lhe e quem atendeu foi um polícia que, mais tarde, acabou por passar a chamada a um médico.

«Quando me deram a notícia da morte de ambos eu senti uma dor física. Com a morte do Salvador eu senti a minha alma a morrer. É de uma violência que não te sei descrever melhor do que isto: ‘A minha alma morreu naquele dia’. E eu soltei um som que nunca mais soltei na vida. É uma coisa que vem aqui de dentro, é o som da tua alma a ser destroçada. E depois é o que tu fazes com isso. Como tu te reergues e nesse instante não parece possível», começa por revela.

Mais à frente, Maria conta como foram os primeiros minutos desde que deu pela falta do namorado.

«Acordei por volta das 5 da manhã sobressaltada. Sabia, era uma intuição, e nós éramos unha com carne. Senti uma dor no peito e ele não estava ao meu lado. Era suposto já ter chegado e ainda não tinha chegado. Comecei a ligar para o telefone dele e ninguém atendia. Comecei a entrar em pânico até que finalmente me atendeu um polícia que me fez umas perguntas muito estranhas e depois percebeu que era a namorada dele, pediu-me a descrição para ver se correspondia à mesma pessoa. Depois disse-me: ‘olhe, ele não está nada bem’, desligou-me o telefone», revela.

«Passado um bocado comecei a vestir-me e peguei no telefone outra vez e atendeu-me o mesmo polícia que me passou a chamada ao médico que o socorreu. Passou-me a um senhor que me perguntou se estava sozinha. Eu disse que sim e perguntei o que é que se passava. E ele disse: ‘olhe, fiz tudo o que podia mas não o consegui salvar’. E de repente é saberes o que ouviste e não é real. ‘Salvar de que?’, ficas com mil e uma perguntas e não sabes responder e cais no chão».

É precisamente nesta altura que Maria Botelho Moniz se sente sozinha e começa a questionar-se sobre o que iria fazer sem o namorado.

«Sinto a alma a morrer, solto esse som e fiquei assim, como estou agora, dormente, completamente dormente. Lembro-me de olhar fixo no chão, balançar e começar a dizer repetidamente: ‘O que é que vou fazer?’. Parecia que estavam a passar slides daquilo que achava que a minha vida ia ser, mas já não ia acontecer. Tu nunca mais o vais ver. Parei, os meus olhos encheram-se de lágrimas e a frase seguinte foi: ‘eu quero a minha mãe’», afirma.

Maria caracteriza esta «experiência» como um momento «avassalador» e como «uma dor imensa». Ainda assim assume que, embora tenha tido bastante apoio, «o processo de reconstrução é muito solitário mas ao mesmo tempo, no meu caso, muito rodeado pela mãe, e acho que só por isso é que estou aqui. Se não tivesse as pessoas que tenho na minha vida eu já não estava aqui a fazer nada, já não tinha razão para aqui andar», afirma.

«Viúva aos 29 anos» e o sonho que ficou por realizar. Saiba tudo aqui.

 

Texto: Redação WIN – Conteúdos Digitais; Fotos: Impala e Reprodução Instagram

 

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