É um dos atores mais queridos nos dois lados do Atlântico: Portugal e Brasil. A viver os seus últimos momentos como Romeu, Ricardo Pereira é um homem multifacetado na sua vida profissional como ator, apresentador e modelo, mas que nunca descura o lado familiar.
O que leva deste Romeu?
-Tanta coisa. É um personagem que me marca em muitos sentidos, que tem muito de mim, mas que sofre muito mais do que eu. Esta viagem foi um verdadeiro carrossel de muitas emoções.
E agora segue-se o regresso ao Brasil…
-Ainda falta um pouco, mas será antes do fim do ano. Até lá é para descansar, aproveitar para estar com a família e fazer coisas que tinha deixado para trás.
E já há projetos?
-Sim, ainda não posso falar muito, mas começo já em janeiro. Será na Globo.
Já tem muito de brasileiro em si?
-Sim, é normal, tenho quase 18 anos de Brasil e passei talvez a maior parte da minha fase adulta mais lá do que em Portugal, embora tenha feito sempre questão de estar muito presente na minha relação profissional com o meu país. Mas já estou muito adaptado a um país que já considero meu e onde os meus filhos nasceram.
E como é feita essa gestão familiar?
-Gostamos muito desta vida, que nos permite viver experiências em vários locais diferentes, mas que obedece a muita organização, muito cuidado, responsabilidade e noção da educação dos nossos filhos, que estudam numa escola internacional, o que torna mais fácil esta mobilidade.
Isso exige também um equilíbrio emocional para que o sucesso profissional seja uma consequência?
-Sem dúvida. Uma coisa nunca pode estar dissociada da outra. O nosso conforto pessoal influencia em muito a vida profissional.
E foi um lamento quando disse nos Globos de Ouro que não era um pai tão presente quanto queria?
-Essas palavras até aproveito para clarificar. Eu sinto-me um pai muito presente, nunca falhei uma reunião da escola deles, uma ida ao pediatra, um momento especial de uma atividade extracurricular, nunca deixei de estar presente no acordar e no deitar deles. Quando disse isso é porque tenho sempre vontade de estar mais com eles. Mas isso espelha um pouco a realidade de muitas pessoas.
“A Chica é mais romântica”
Qual é o segredo para a sua relação com a Francisca como casal?
-Não há segredos, não há regras, tudo o que passamos para o exterior é aquilo que somos, muito companheiros um do outro, partilhamos muitos valores. Temos personalidades totalmente diferentes, também chocamos e discutimos, como qualquer outro casal, mas não existe ciência nenhuma.
Quem é o mais romântico?
-Talvez a Chica seja mais romântica. Eu não sou muito de ligar a datas específicas, ela sim, mas não deixo que a balança se desequilibre muito.
É fácil fazer-lhe surpresas?
-Tenho de pensar muito bem e ter cuidado, pois ela é típica em descobrir as coisas. No meu caso, se ela me quiser fazer uma surpresa, tem de a preparar muito bem, já que sou muito observador e atento.
Ainda existem coisas que vos fazem ficar admirados um com outro?
-Existem. Isso aconteceu sobretudo durante o confinamento, pois promoveu uma série de conversas entre nós dois. Falámos de coisas que nunca tínhamos falado em 16 anos de relação.
A pandemia foi uma prova de superação para vocês?
-Foi. Tive amigos que terminaram o relacionamento e pessoas que ficaram mais próximas. Dominou-nos a ansiedade e o medo no início, mas tudo acabou por ser superado com muito amor.
Otimista por natureza
Por outro lado, este período condicionou-vos o plano de aumentar a família…
-Não havia tanto um plano, mas sim um sonho de termos mais um filho, e isso continua. Sabemos muito bem o que é essa responsabilidade e a dedicação que se tem de ter. Pensámos, sim, sempre, em ter quatro filhos, mas não era a melhor altura, pelo que estávamos e ainda estamos a viver.
Desde o início que houve esse desejo de ter uma família numerosa?
-Sempre tivemos esse desejo. A Francisca tem quatro irmãos, eu sou filho único, mas tenho muitos primos direitos. Essa junção, com toda a experiência da partilha, levou-nos a pensar em ter mais do que um filho.
É um otimista por natureza?
-Sou e quem me conhece sabe que o meu discurso e a minha forma de falar sempre se pautaram por esse otimismo. Faz-me acreditar em sonhos que para muitos podem ser impossíveis de realizar.
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Texto: Mário Rui Santos; Créditos: Ana Bento e Jeff Segenreich
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