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Toy ainda sonha aumentar a família: «Queria ter um filho da Daniela»

9 Agosto, 2020

Numa entrevista sincera, o cantor fala de tudo, desde o desejo de voltar a ser pai ao que teve de mudar na vida por causa da pandemia.

Aos 57 anos, Toy continua em grande forma, mostrando o grande amor que dá a tudo o que se propõe fazer. Assim foi com o seu mais recente trabalho, o single Verão e Amor (Cerveja no Congelador), que tem um videoclipe cujas gravações foram acompanhadas pela Maria. Porém, para além da música, a conversa com o cantor também se centrou nestes tempos que estamos a viver, na relação com a mulher, Daniela, e na mais recente paixão da sua vida, a neta, de dois anos.

Entrevista a Toy

Como surgiu este novo trabalho

Quando estamos em confinamento, percebemos que precisamos de nos libertar e, com a chegada do verão, nada melhor do que fazer amor e refrescar. A partir daí nasceu o Verão e Amor (Cerveja no Congelador).

O videoclipe é baseado na história de um jovem casal que alugou uma cabana de praia. Tem algo de biográfico?

Neste tipo de trabalho temos sempre, no nosso imaginário, memórias de histórias, por isso este trabalho tem algo de mim. Tenho um casamento bastante recente, cheio de amor e sede de viver. Transformei esta canção numa canção fresca que tem a ver com aquilo que tem sido, ao longo destes 57 anos, a minha finalidade de viver: chegar ao verão, fazer concertos, ir para a praia, fazer amor, ou seja, tudo o que é positivo na nossa vida.

E fazer amor é melhor no verão?

Fazer amor é bom em qualquer altura do ano, isso é indiscutível.

Espera que seja mais um sucesso?

Com pouco mais de uma semana, já tem à volta de 100 mil visualizações, o que é um ótimo sinal. As pessoas precisam mesmo de verão e amor e uma cerveja no congelador. Isto é um antidepressivo, pois temos de ter esperança no futuro.

Este será um verão atípico?

Completamente. Eu adiei, ou cancelei, mais de 80 concertos. Este seria o meu melhor ano, onde iria ultrapassar a barreira dos 100 espetáculos.

Isso obrigou-o a alterar hábitos de vida?

Eu não estou preocupado comigo, pois todos conhecem a minha vida, mas sim com as pessoas que comigo trabalham diretamente, que são 20. Tentar arranjar trabalho para toda a gente não é fácil, e isso tem sido a minha luta, reinventar o que vai ser o ano de 2020. Uma coisa é certa: será inesquecível no sentido negativo, e aos 57 anos já não temos paciência para nos reinventarmos, pois o potencial físico e psicológico já não é o mesmo de há uns anos.

Já conhece casos nesta área de pessoas desesperadas?

Sim, já conheço. Em relação ao meu pessoal, que vive exclusivamente da música, atravessam um momento muito complicado. Muitos fizeram um investimento em termos de melhoria de material e agora há pessoas em dificuldades para pagar o IRS. Em setembro faz um ano de casado com a Daniela.

Recorda-se muitas vezes desse dia?

Obviamente que sim. Foi um dia marcante, uma forma de solidificar um relacionamento que foi um bocado atribulado no início por razões óbvias, pois quando se é figura pública as coisas adquirem uma dimensão diferente. Foi um oficializar daquilo que é uma vida entre duas pessoas que se amam e querem dar continuidade a esse amor.

Existe algum segredo para manter uma relação com quase 20 anos de diferença de idade?

Não, porque olhava para os meus pais, que tinham cerca de 15 anos de diferença entre eles e isso nunca foi um obstáculo. O amor não tem idade, desde que nos sintamos bem com a pessoa com quem vivemos e desde que se mantenha uma relação afetiva e física de forma ativa.

O facto de nunca terem tido filhos foi uma opção ou acabou por não se concretizar?

Obviamente que pensámos ter um filho, e queria ter um filho da Daniela, mas não resultou. O tempo foi passando e começámos a perceber se já não seria tarde demais. Não posso pensar que agora tenho 57 anos e quero ter um filho.
Isso seria um ato de egoísmo, pois quando ele tiver 20 anos, terei 77 e não sei se teria condições para lhe dar aquilo que dei aos outros. Procuramos fazer tudo nesse sentido, depois deixamos de procurar, mas se tiver que acontecer …

Mudou com o nascimento da sua neta, em2018?

Mudar não, mas acrescentei mais amor, carinho, valorização pela vida. É uma paixão inigualável e sinto sempre saudades se em alguma situação não a posso ver todos os dias.

Como se vê daqui a dez ou 20 anos?

Não penso no futuro tão longínquo. Temos de viver em função do que somos agora, pois o amanhã é sempre uma incógnita.

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Texto: Mário Rui Santos; Fotos: Zito Colaço

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