Nacional

Pai de Ruth Marlene continua sem saber quem o sequestrou. Filhos não tocam no assunto

13 Janeiro, 2020

Júlio foi assaltado por dois homens no Seixal, no final de outubro de 2019. O pai de Ruth Marlene, Jessica Portugal e Ivo Alan acabou por ser levado de carro e abandonado «num sítio completamente ermo» e até hoje não sabe quem lhe fez mal.

Júlio, de 72 anos, foi assaltado e sequestrado no dia 22 de outubro de 2019, no Seixal. O pai de Ruth Marlene, Jessica e Ivo foi levado por dois rapazes e esteve à deriva durante três horas, como revelou o site da Revista Maria, em exclusivo.

Três meses depois nada se sabe sobre os autores do assalto e sequestro. «Nunca mais se soube nada, normalmente nunca são apanhados e as queixas, infelizmente, nunca dão em nada», começa por dizer Ivo, acrescentando que a polícia nunca lhes deu notícias sobre o assunto. «Devem ter esquecido o assunto e nós também não voltámos a perguntar», assume.

«O meu pai tem andado com a tensão muito alta. Na segunda-feira, 7 de janeiro foi ao médico. Como não anda com muita saúde, também não o queremos preocupar mais. Tentar avançar com a queixa pode contribuir para o enervar ainda mais e o melhor é não andar com o caso. Ele tem tensão sempre muito alta. Está a fazer medicação para a baixar», termina.

O que aconteceu

Ruth Marlene, a irmã, Jessica Portugal, e o irmão Ivo viveram momentos de pânico quando o pai, Júlio, de 72 anos, foi assaltado e esteve sob sequestro durante cerca de três horas.  «O meu pai tinha ido com a minha mãe [Fernanda, de 75] ao RioSul Shopping e, à saída, quis passar por um café lá no Seixal. A minha mãe ficou à espera dele dentro do carro», relata-nos Ivo Alan.

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Mas nada aconteceu como previsto: «Dois rapazes na casa dos 30 anos intimidaram fisicamente o meu pai e pediram-lhe o cartão bancário e o código», prossegue o filho. Assustado, Júlio não ofereceu qualquer resistência e acedeu. «Um dos homens foi ao multibanco e levantou dinheiro. O outro meteu o meu pai num carro».

Depois, já com 400 euros na sua posse, levantados na caixa em várias tranches, os criminosos levaram-no no veículo que conduziam. «Aceleraram para bem longe e acabaram por o abandonar num sítio completamente ermo».

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«Ele andou duas horas e meia a pé»

Com o telemóvel sem bateria e num local onde não conseguia pedir socorro, Júlio viu-se obrigado a andar «duas horas e meia a pé» para regressar ao local onde a mulher tinha ficado à sua espera. «A minha mãe não saiu de lá. Estava muito assustada, sem conseguir saber nada dele. Ligou várias vezes para o telemóvel, mas estava sempre desligado», diz Ivo, ainda nervoso.

Os pais de Ruth, Jessica e Ivo acabaram por ir até à polícia do Seixal para apresentar queixa, mas foi-lhes pedido que o fizessem na esquadra do Barreiro, a área de residência do casal. «Agora, o meu pai não quer lá ir. Diz que estava apenas no local errado à hora errada. Eu acho que ele tem medo», desabafa o filho.

Ivo agradece o facto de Júlio ter conseguido passar por esses momentos de pânico «sem que nada de pior lhe acontecesse». «Ele teve um princípio de AVC [Acidente Vascular Cerebral] no ano passado e isto podia ter desencadeado outro episódio. Graças a Deus, ele está bem. Nem quer falar muito no assunto, diz que já passou», termina.

Texto: Ana Filipe Silveira

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