Saúde e Bem-Estar

Infeções vaginais: Aprenda a preveni-las com simples cuidados diários

28 Agosto, 2022

zona pélvica

Com as temperaturas elevadas e os planos de férias, é importante estar alerta às infeções vaginais e ter cuidado com a higiene íntima.

Por certo, já ouvio falar em infeções vaginais. Sol, praia, piscina e muito calor são a combinação perfeita para quem quer desfrutar a estação mais desejada do ano. No entanto, esse período esconde inimigos invisíveis que podem alojar-se e aumentar a proliferação de fungos e bactérias nas regiões íntimas das mulheres, o que provoca as tão indesejadas infeções vaginais.

Apesar de felizmente se tratar de um assunto cada vez mais falado, é importante continuar a alertar que as infeções vaginais não são todas iguais. É difícil definir qual a sua incidência, já que muitas vezes as mulheres vivem com sintomas, por vezes recorrentes, sem os valorizar, no entanto não deixa de ser um dos principais motivos de consulta, recorrendo ao médico de família ou ao ginecologista-obstetra, ou mesmo a solicitação de ajuda junto ao farmacêutico, descrevendo quais os sintomas presentes.

Dois tipos de infeção vaginal mais comuns e como os combater

De olho no pH

Candidíase
É sem dúvida a infeção mais conhecida e falada, sendo causada por um fungo. Os sintomas mais frequentes são:
✶ Comichão intensa;
✶ Sensação de ardor;
✶ Dor nas relações sexuais;
✶ Vermelhidão e eventual inchaço da vulva e corrimento branco grumoso.

Tipicamente, o pH vaginal na presença de candidíase é inferior a 4,5. Hoje em dia, existem opções que nos permitem avaliar o pH vaginal e ajudar no diagnóstico, principalmente quando não é possível a observação pelo médico num curto espaço de tempo ou quando as circunstâncias em que vivemos por vezes condicionam a realização de teleconsulta.

O tratamento de primeira linha no caso da candidíase não complicada é realizado por via local, com um creme ou óvulos antifúngicos, ou por via oral, com comprimidos. No caso das candidíases vulvovaginais em mulheres com fatores de risco ou recorrentes, deverá ser feita uma observação médica e traçado um plano terapêutico para estes casos mais complicados.
Afeta anualmente mais de 150 mil mulheres com idades compreendidas entre os 15 e os 50 anos.

Vaginose bacteriana

Esta infeção está associada a uma alteração do equilíbrio da flora vaginal. Os principais sintomas são:
✶ Presença de um corrimento vaginal branco/acinzentado aquoso com mau cheiro, muitas vezes sendo descrito como “cheiro a peixe”, que habitualmente fica mais intenso após a menstruação e as relações sexuais;
✶ Tipicamente não cursa com sintomas de comichão vulvar.

Ao contrário na candidíase, o pH vaginal nesta infeção é superior a 4,5, sendo por isso o pH uma ferramenta que nos poderá auxiliar no diagnóstico e na distinção entre as diferentes infeções vaginais. O tratamento pode ser feito localmente, com óvulos ou creme vaginal, ou por via oral, com comprimidos, com fármacos direcionados ao tratamento desta infeção. Algumas formulações à base de ácido láctico podem também ajudar e otimizar nesta terapêutica.

Estima-se que cerca de 15 a 20 por cento das mulheres portuguesas sofram de vaginose bacteriana.

Rotinas que podem ajudar na prevenção tanto da candidíase como da vaginose bacteriana

❯ Relativamente ao vestuário, preferencialmente deve ser utilizada roupa larga;
❯ Dormir sem roupa interior e a utilização de roupa interior de algodão no dia-a-dia, com maior poder de absorção e hipoalergénica, são bons hábitos e que devem ser iniciados logo desde cedo;
❯ O uso do pensinho diário deve ser reservado para dias específicos, como o início ou final da menstruação, por exemplo, e não ser utilizado por rotina diariamente.

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Texto: Mário Rui Santos; Foto: Shutterstock

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