Saúde e Bem-Estar

Os perigos da depilação total! Conheça já

6 Fevereiro, 2019

Ter pele de bebé é o desejo de muitas mulheres e de homens também. Mas tirar os pelos púbicos pode ser prejudicial! É sexy, higiénico, está na moda, mas...

Estamos na “era do não pelo”. Ou porque é mais higiénico, ou porque é mais estético, ou porque aumenta a sensibilidade ao toque… todas as “desculpas” são válidas. As mulheres correm para as clínicas para ficar sem pelos, seja nas pernas, coxas, virilhas ou mesmo nos genitais. E já há muitos homens a fazer o mesmo. Mas será que rapar totalmente os pelos púbicos é benéfico para a nossa saúde?

Uma pesquisa americana sugere que mulheres e homens que aparam, rapam ou se depilam totalmente têm maiorrisco de contrair doenças sexualmente transmissíveis do que quem não o faz com regularidade. O dermatologista Rámon Grimalt mostra algumas reservas quanto ao assunto. «Desde a última moda de depilação púbica em ambos os sexos que os profissionais de dermatologia assistem, impotentes, ao aumento alarmante de doenças sexuais, principalmente, entre os jovens», avisa o especialista.

Mas não é só. O estudo da Universidade da Califórnia, em São Francisco, revela ainda que os ferimentos, por mais pequenos que sejam, causados pela retirada dos pelos podem levar à ocorrência de infeções. Mas atenção, nem tudo é mau, há médicos que defendem que quem faz estes “tratamentos estéticos” tende a ter uma vida sexual mais ativa. «Podíamos pensar que o aumento de doenças deve-se a comportamentos de risco entre os jovens, mas a realidade é outra. O pelo púbico tem uma função protetora contra o contacto inevitável durante o ato sexual. Se o casal não tem pelos, qualquer infeção da pele passará para o companheiro”, alerta. O dermatologista sublinha, ainda, que “o preservativo protege uma pequena parte, mas não a zona púbica».

Pelos existem para proteger

O estudo mostra que é um comportamento de risco porque podem existir cortes minúsculos na pele. No caso do homem, o barbeador elétrico é a ferramenta mais comum para aparar os pelos púbicos, já a lâmina manual é a ferramenta mais usada nas mulheres. Mas há quem use tesouras. Depois de analisado o estudo, o apelo é para que os médicos aconselhem os pacientes a diminuir a frequência com que se depilam, rapam ou aparam, ou, se preferirem, não ter relações sexuais logo depois de tirar os pelos para que a região genital recupere totalmente. «Se a depilação é recente, ou seja, se foi feita no próprio dia ou no anterior, a pele está irritada ou ferida, o que favorece a transmissão de infeções. As pequenas feridas que aparecem permitem aos microrganismos penetrar e criar uma infeção, papilomas, herpes, sífilis e muitas outras», afirma o dermatologista, acrescentando que «o pelo do corpo está pensado para proteger… Os da cabeça para evitar as queimaduras solares e de lesões; os das sobrancelhas e pestanas de lesões nos olhos e pálpebras; os pelos púbicos evitam feridas e infeções genitais durante a relação. Há dez anos quando a Sida estava muito presente, o medo prevenia todo o tipo de doenças sexualmente transmissíveis» ,recorda.

Texto: Ana Lúcia Sousa; Fotos: Pixabay

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