A vida, às vezes, tem destas coisas e prega-nos partidas que nos trocam completamente as voltas e nos fazem rumar em direção a outro destino. Um que não queríamos, mas que, por força da natureza e por amor aos nossos, temos de abraçar… Foi isso que aconteceu com Emanuel Costa, como o próprio relatou a Júlia Pinheiro numa conversa emocionada em que falou sobre a perda do pai, em março deste ano, depois da luta que o progenitor travou contra um cancro nos intestinos.
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Regresso a Portugal
“Fui criado nisto [vida no campo], mas não era aquilo que eu queria para a minha vida. Gostava de ter estudado e seguido alguma coisa assim… mais complicada. Uma coisa que puxasse mais por mim (…). Não aconteceu porque se calhar não fiz por isso. E as oportunidade também foram poucas”, admitiu o agricultor de Viseu. E a verdade é que Emanuel ainda trabalhou como eletricista antes de enveredar pela agricultura. Esteve emigrado, primeiro em Espanha e depois na Suíça.
Ao todo, foram sete anos fora de Portugal. Contudo, foi há dois anos que a sua vida mudou drasticamente, quando recebeu um telefonema do pai. O jovem, de 31 anos, estava na altura na Suíça e, do outro lado da linha, o progenitor pedia-lhe para regressar à aldeia que o viu nascer.
“Ligou-me aflito, a dizer que ia morrer e a pedir-me para voltar para Portugal. Ainda pensei para mim: ‘Isto é mais filme que outra coisa.’ Pensei isso porque ele também era um pouco dramático e não associei que as coisas fossem tão graves”, contou Emanuel a Júlia Pinheiro.
Contudo, o resultado da biópsia veio dias depois e foi demolidor para a família: o pai tinha sido diagnosticado com cancro nos intestinos. Só então Emanuel tomou conta da dura realidade que lhe tinha
batido à porta.
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“Pedi-lhe perdão por tudo”
De imediato, o agricultor fez as malas e regressou a Portugal, até porque os pais estavam divorciados
há muitos anos e Emanuel era o único que poderia tomar conta da quinta. “A minha mãe perguntou- me várias vezes sobre se eu sabia o que ia enfrentar. Porque ela também passou por isso com o meu avô, mas ele, graças a Deus, venceu. Ela já tinha uma noção do que tinha passado com o pai dela. Mas ele era meu pai e eu era a única pessoa que estava por dentro do ramo para o ajudar”, continua Emanuel, que teve também o apoio da irmã durante a doença do pai.
Sobre estes últimos dois anos, o agricultor assume a angústia de ter visto o pai num estado já bastante avançado da doença: “Chorei muito. Sempre que o via naquela situação, sem poder fazer nada… Mesmo que eu desse o litro, as coisas não melhoravam, e isso foi uma angústia muito grande.”
Questionado por Júlia Pinheiro sobre se conseguiu despedir-se do pai, Emanuel explica ter pedido perdão por momentos menos bons (a relação entre os dois não era das melhores, como o próprio assumiu em entrevista):
“Nos últimos dias [de vida], ele acabou por perceber o meu sacrifício [em ter voltado a Portugal para pegar no negócio de família]. Ele era uma pessoa que raramente pedia desculpas ou obrigado, mas era cinco estrelas, toda a gente gostava dele na aldeia. Pedi-lhe perdão por tudo, conseguimos dizer um ao
outro tudo o que queríamos.”
Após a morte do pai, Emanuel teve de se fazer à vida e aprender como se geria a vida numa quinta que tem como principal negócio a venda de leite de ovelha para uma queijaria. A tarefa não foi fácil no início, e o agricultor admite que deu a si mesmo um prazo para perceber se fará da agricultura o seu modo de vida: “Vou ficar um ano à experiência. Depois, logo se vê como corre.”
“A Wênnia mexeu mais comigo”
A concorrente brasileira foi quem conseguiu conquistar o coração de Emanuel Costa e será a escolhida na final, tal como a Maria já lhe adiantou há semanas. Sobre Wênnia, o agricultor assume que se vê a ter uma relação amorosa com ela, negando no entanto que estejam a viver um romance: “A Wênnia foi a que mexeu mais comigo. Da parte dela, acho que também está bastante interessada. Se me vejo com ela no futuro? Tenho uma visãozita (risos).”
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