Festa é Festa: Sôtor é preso inesperadamente no seu consultório

É um dia normal na aldeia. Sôtor está a dar consultas. Depois de examinar uma paciente, o homem acompanha-a à porta do consultório, pede-lhe que tenha paciência e pede a Manuela que marque consulta para aquela paciente dali a 15 dias.

Quando se despede da doente e entra no seu consultório, Nelinha segue-o, aflita, e diz ao médico que não queria deixar ninguém entrar, mas que eles insistiram. Sôtor está confuso com a conversa, mas depressa dois homens entram consultório adentro. Discretamente, mostram-lhe os distintivos. São dois inspetores da Polícia Judiciária à paisana. Manuela não vê os distintivos.

Quando se apercebe do que se está a passar, Sôtor fica em pânico, mas ganha alguma calma, afinal de contas quer tratar daquele assunto com a privacidade que ele merece. Depois, pede a Manuela que desmarque todas as suas consultas do dia. “Eu diria de sempre. Todas as consultas do resto da sua vida”, diz um dos inspetores, deixando Nelinha ainda mais atordoada com tudo aquilo.
Sem saber muito bem o que fazer, Nelinha acaba por ir ter com todas as pacientes que aguardavam na sala de espera e explica-lhes que houve um acontecimento de última hora que impede o medico de as ver. Apesar de todas ficarem chateadas, acabam por abandonar rapidamente o consultório.

“Temos um assunto para resolver”

Já sem Manuela na sala e a sós com os inspetores da Judiciária, Sôtor percebe que a partir dali nada será como antes e que a sua vida irá, certamente, mudar radicalmente. São trocadas algumas ideias e o médico percebe que existe um mandado de captura e que está a ser oficialmente detido pela Polícia.

Uns minutos depois, a porta do consultório abre-se e Manuela percebe que Sôtor está a ser levado por aqueles homens. A secretária pergunta o que se passa ao médico, mas este diz-lhe para se acalmar, que está tudo bem. “O que é que se passa? É grave que eu já percebi!”, exclama Nelinha. “Depois eu explico, Manuela. Agora vou com estes senhores. Temos um assunto para resolver”, responde Sôtor.
O médico e os inspetores saem e Manuela está desesperada, sem saber o que fazer ou o que pensar. “Não é coisa boa. Não é coisa boa… Calma, Nelinha, tu és uma coach. Tu vais saber lidar com isto”, diz para ela mesma na tentativa de se acalmar. A verdade é que Manuela não sabe que, na verdade, Sôtor está a ser detido pela Polícia, afinal de contas ela não viu o distintivo e eles estão descaracterizados. Tudo passa pela cabeça da secretária, que até coloca a hipótese de rapto ou qualquer outra coisa. O pânico dela é evidente: “Mas para onde é que o levam?”, questiona-se.