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Inês Herédia conta que padre foi segunda pessoa a saber da sua homossexualidade: «Foi como um pai»

30 Julho, 2020

Inês Herédia volta a falar das dificuldades que teve em assumir a sua orientação sexual e conta que se emocionou quando entrou na igreja com Pedro Sousa, ator com quem contracena na novela da TVI. « Nunca vou ter isto na minha vida.»

Inês Herédia esteve esta quinta-feira, 30 de julho, no programa Você Na TV! para falar sobre o casamento que protagonizou na novela Quer O Destino, com a personagem Isabela. A atriz, que é casada pelo registo civil com Gabriela Sobral, confessa que lhe custou gravar esta cena com Pedro Sousa e explica que não conseguiu aguentar as lágrimas quando entrou na igreja.

«Nunca vou ter isto na minha vida, as lágrimas caíram-me»

«Não uso as minhas emoções para as cenas, mas neste momento em que entro na igreja, é a Inês que ali está. Agarrei-me ao Pedro Sousa e, entre takes,  disse-lhe: “Ó Pedro desculpa, é que eu nunca vou ter isto na minha vida”. Isto era uma coisa muito importante para mim, sou católica, gostava de casar pela igreja. Agarrei-me a ele, as lágrimas caíram-me», diz.

Em conversa com Manuel Luís Goucha, a artista relembra o conflito interno que viveu por ser homossexual e católica. «Isso é que foi o verdadeiro processo, aceitar para mim e perceber o meu papel dentro da Igreja e da fé, porque eu nunca vou deixar de ter. Tu não escolhes a fé que tens.»

«Culpava-me e castigava-me por aquilo que sentia»

Inês Herédia afirma que passou por um processo «muito complicado» e «super doloroso» quando assumiu a sexualidade. «Grande parte foi vivido completamente sozinha», começa por dizer. Depois, entrou alguém muito especial na sua vida: o padre Ricardo. «Tive um padre muito importante na minha vida, que entretanto já morreu infelizmente. Foi assim como um pai para mim. Foi a segunda pessoa a quem eu contei», recorda. Noutra entrevista, a mãe dos bebés Lucas e Tomás, de um ano, tinha revelado que a primeira pessoa a saber foi uma amiga.

«Há uma parte em que tens de ser tu a perdoar-te a ti. Eu achava mesmo que era errado, culpava-me e castigava-me por aquilo que sentia. Tive de perdoar-me por ter feito isso a mim própria», acrescenta. «Graças a Deus que o fiz com calma, rodeei-me das pessoas certas, estou mais do que resolvida. Hoje em dia não quero saber, quem não gosta, vira a cara», remata.

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Texto: Inês Borges; Fotos: DR e Arquivo Impala

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