Aos 32 anos, deu vida ao predador sexual e assassino em série mais arrepiante da ficção nacional. O seu excelente desempenho já lhe valeu inúmeros elogios e Pedro não esconde as mensagens que recebeu de fãs “assustadas” com as suas cenas.
Como foi dar vida ao vilão da novela?
O Mateus foi a personagem mais complexa que tive de construir, com cenas que obrigam a ficar num estado de espírito muito específico, não dá para fingir: o Mateus foi uma pessoa muito psicológica e como ator tive de pôr tudo o que eram as emoções dele na cabeça para o conseguir fazer.
De que forma se preparou para esta personagem?
Estudei vários perfis de psicopatas e, em conjunto com a realização e direção de atores, construí o Mateus.
É difícil “despir” uma personagem destas. Vai deixar-lhe marcas?
Antes da pandemia estava a ficar cansado, chegar a casa depois de um dia inteiro a gravar cenas intensas era muito estranho, porque não desligava. Mas acredito que as marcas que ficam vão ser só positivas.
Que comentários tem tido do público?
Com a situação que estamos a viver, confesso, quase não ando na rua para perceber a reação do público. Até agora, ainda não fui ameaçado. Sei que estamos a fazer um trabalho coerente, mas não esperava um feedback tão bom do público e dos colegas, que me deixa orgulhoso.
Já sentiu alguém a olhar para si com medo?
Nas redes sociais recebo mensagens que me dizem que se cruzassem com o Mateus fugiam com medo.
Qual a cena que mais lhe custou fazer?
Não tenho uma cena em específico. Há dias mais exigentes que outros.
Gostava que o Mateus se redimisse ou acha que merece um final trágico?
Merece a redenção e uma segunda oportunidade para levar uma vida em paz.
Milan Kundera, em Insustentável Leveza do Ser, diz que “quanto mais pesado o fardo, mais próxima da terra está a nossa vida, e mais ela é real e verdadeira”.
Concorda que para uma vida plena é preciso sofrer, como o Mateus?
Concordo que muitas vezes o sofrimento é preciso para pôr em causa algumas coisas e evoluir.
Como foi voltar às gravações, depois da quarentena?
É um mundo novo, com muitas regras, mas já tinha saudades. O ambiente é ótimo.
Pedro Sousa: “Sinto falta do mar”
Durante a fase do confinamento, o que foi mais difícil para si?
Tive a sorte de fazer a quarentena em casa de um amigo, no campo, que me permitiu manter-me ativo fisicamente e estar próximo da Natureza, mas sinto muita falta do surf, do mar.
Tornou-se difícil gravar com tantas medidas de segurança?
Foi um desafio, com tantas regras de segurança, quase demoramos mais tempo a desinfetar do que a gravar.
Esta foi a sua personagem mais desafiante até hoje?
Sim, o Mateus é o meu trabalho mais complexo.
Ambiciona fazer carreira internacional?
Claro que sim. Não excluo nada e estaria a mentir se dissesse que não ambicionava uma carreira internacional.
Antes de terminar Quer o Destino já tinha acabado a novela Nazaré. Teve pena de não entrar na segunda temporada?
Adorei fazer o Matias e gravar a Nazaré, tenho pena por isso… Mas o Mateus era o caminho certo.
O surf continua a ser o seu “refúgio”?
O surf e o mar são sempre um ponto de partida e um refúgio. No mar estamos sozinhos e temos muito tempo para pensar, o que é sempre necessário.
Considera-se um homem feliz?
Considero-me feliz, sortudo por ter uma vida em paz e por ter uma família linda e bons amigos com quem posso contar sempre.
Caso não fosse ator, que outra profissão se imaginaria a ter?
Não faço a mínima ideia. Adorava ter talento para a música.
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Texto: Neuza Silva
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