Saúde e Bem-Estar

Infeções vaginais: Saiba identificá-las e tenha mais cuidados no verão

3 Julho, 2021

infeções vaginais infeções vaginais

O calor contribui para o aumento das infeções fúngicas vaginais, um problema que afeta três em cada quatro mulheres pelo menos uma vez na vida.

A subida das temperaturas contribui para o aumento das infeções fúngicas vaginais, um problema que já afetou três em cada quatro mulheres pelo menos uma vez na vida.
Sol, praia, piscina e muito calor é a combinação perfeita para quem quer desfrutar a estação mais desejada do ano.

A Dra. PatríciaAmaral, especialista em ginecologia/obstetrícia alerta que esse período esconde inimigos invisíveis que se podem alojar e aumentar a proliferação de fungos e bactérias, nas regiões íntimas das mulheres, o que provoca as tão indesejadas infeções vaginais.

Apesar de felizmente se tratar de um assunto cada vez mais falado, é importante continuar a alertar que as infeções vaginais não são todas iguais.

É difícil definir qual a sua incidência, já que muitas vezes as mulheres vivem com sintomas, por vezes recorrentes, sem os valorizar. No entanto, não deixa de ser um dos principais motivos de consulta, recorrendo ao médico de família ou ao ginecologista-obstetra, ou mesmo a solicitação de ajuda junto ao farmacêutico descrevendo quais os sintomas presentes.

Assim, conheça os dois tipos de infeção vaginal mais comuns e como os combater.

De olho no pH

Candidíase
É sem dúvida a infeção mais conhecida e falada, sendo causada por um fungo. Os sintomas mais frequentes são:
-Comichão intensa;
-Sensação de ardor;
-Dor nas relações sexuais;
-Acompanhados de vermelhidão e eventual inchaço da vulva e corrimento branco grumoso.
Tipicamente o pH vaginal na presença de candidíase é inferior a 4,5.

Hoje em dia existem opções que nos permitem avaliar o pH vaginal e ajudar no diagnóstico. Poderá ser uma grande ajuda principalmente quando não é possível a observação pelo médico num curto espaço de tempo ou quando as circunstâncias em que vivemos por vezes condicionam a realização de consulta por teleconsulta.
O tratamento é realizado por via local, com um creme ou óvulos antifúngicos, ou por via oral, com comprimidos.

No caso das candidíases vulvovaginais em mulheres com fatores de risco ou recorrentes, deverá ser feita uma observação médica e traçado um plano terapêutico para estes casos mais complicados.

 

Vaginose Bacteriana
Esta infeção está associada a uma alteração do equilíbrio da flora vaginal. Os principais sintomas são:
-Presença de um corrimento vaginal branco/acinzentado aquoso com mau cheiro, muitas vezes sendo descrito como “cheiro a peixe”. Habitualmente fica mais intenso após a menstruação e as relações sexuais.
-Tipicamente não cursa com sintomas de comichão vulvar.
Ao contrário, na candidíase, o pH vaginal nesta infeção é superior a 4,5.  Sendo por isso o pH uma ferramenta que nos poderá auxiliar no diagnóstico e na distinção entre as diferentes infeções vaginais.

O tratamento pode ser feito localmente com óvulos ou creme vaginal, ou com comprimidos por via oral, com fármacos direcionados ao tratamento desta infeção. Algumas formulações à base de ácido láctico podem também ajudar e otimizar nesta terapêutica.

 

Como prevenir-se?

Existem algumas rotinas que podem ajudar na prevenção tanto da candidíase como da vaginose bacteriana:
-Dormir sem roupa interior e a utilização de roupa interior de algodão no dia a dia, são bons hábitos e que devem ser iniciados logo desde cedo;
-A utilização de pensinho diário deve ser reservado para dias específicos como o início ou final da menstruação por exemplo. Não deve ser usado por rotina diariamente;
-No vestuário, preferencialmente deve ser utilizada roupa larga;
-Não fique muito tempo com a roupa ou fato de banho molhado;
-Na higiene íntima, não lavar nem demais nem de menos é importante. É recomendada a higiene de duas vezes por dia, com um produto de higiene íntima adequado à situação e idade.

 

Leia ainda:

VAGINA: TRATAMENTOS CIRÚRGICOS MAIS COMUNS

 

Texto: Mário Rui Santos

Siga a Revista Maria no Instagram

partilhar | 0 | 0